Design Generativo para Arquitetura e Construção dá o caminho para maior produtividade

Texto publicado por mim no site da FF Solutions em 10.10.2018

Nessa era do design generativo na arquitetura, engenharia e construção, projetistas e construtores utilizarão computadores não apenas para a descrição do projeto mas para a criação colaboração deles.

Antes do GPS, muitas vezes era necessário parar o carro para pedir informações. Com a ajuda dos aplicativos de rota como o Google Maps e o Waze, nós deixamos os celulares calcularem a melhor rota enquanto nos preocupamos com o que realmente importa: dirigir.

Nos caso dos arquitetos e engenheiros, computadores os ajudarão a guiar seus projetos durante o processo de projeto e construtivo, para que eles possam focar em conceber melhores projetos com melhores resultados.
  
Digital x Computacional
Mas o que essa colaboração entre homem e máquina pode resultar? A resposta está na distinção entre o digital e o computacional.

Muitas coisas são digitais nos dias de hoje. Utilizamos interruptores inteligentes em nossas casas (digital), mas também programamos a hora certa para que a luz acenda ou para que o interruptor perceba que você já está em casa por causa da conexão com o seu telefone (computacional).

Stan Allen, arquiteto e reitor da Universidade de Arquitetura de Princeton, uma vez fez a comparação entre o digital e o computacional através da frase “O digital é um estado, uma condição. Quando falamos sobre computação, estamos falando de um processo ativo.”

As indústrias de construção e projeto estão mudando do digital para o computacional, o que antes era uma “fabricação de arquivos” com ferramentas como CAD, hoje dão espaço para a “utilização de arquivos” com a o uso dos computadores para gerar, manipular, e aplicar soluções que melhoram as soluções.

Scripts geram novas formas
Há quase vinte anos atrás, arquitetos começaram a utilizar uma técnica denominada scripting, também conhecida como programação, para utilizar a geometria criada no computador e manipulá-la de outra maneira, e um novo conceito de construção é criado.

Os computadores foram promovidos aos colaboradores com o conceito de projeto e dessa forma novas soluções se tornaram possíveis não apenas no desenho, mas também na construção.

No início os scripts eram utilizados nos softwares que estavam disponíveis naquele período, como por exemplo o AutoCAD, e designs ambiciosos como Heydar Aliyev Center de Zaha Hadid se tornaram possíveis.

Hoje as programações estão avançadas e mais sofisticadas e dão abertura para uma nova estratégia de concepção de design: Design Generativo e Construção.

Mais importante que a tecnologia de programação que aumenta as habilidades dos responsáveis pelo design do projeto, é a conexão entre design e processos construtivos que as ferramentas generativas solicitam.

Por exemplo, a LMN Architects em Seattle estavam projetando o teto do novo auditório da Escola de Música Voxman da Universidade de Iowa que precisava funcionar de maneira efetivamente como refletor acústico, distribuidor de luz e ventilação, além de ser um artigo arquitetônico. Utilizando uma série de programações de Design Generativo, os projetistas primeiro criaram um protótipo e depois criaram uma peça arquitetônica única que cumpriu com todas as especificações e utilizou o mesmo script de criação para descrever a exata geometria e sequencia construtiva necessária para fabricar e instalar no teto.

A equipe de construção poderia utilizar a informação computada pelos algoritmos da LMN Architects diretamente à equipe de fabricação, certificando absoluta fidelidade ao design feito pelo arquiteto.

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Design Generativo para o canteiro de obras
Métodos generativos não são apenas utilizados no estúdio de design. Em um projeto de estudo realizado por Dieter Vermeulen chamado Crane Position Optimization (Otimização de Posicionamento de Guindastes), utilizando o Autodesk Fractal, agora chamado Project Refinery, a construtora poderá escolher a melhor estratégia para a construção de edifícios a partir de painéis pré-fabricados.
  
O algoritmo faz experimentos com diferentes posições do caminhão que entrega os painéis ao canteiros de obra, procurando pelo processo mais eficiente de acordo com o design do edifício, o peso dos painéis, capacidade dos equipamentos e pontos de acesso à obra.

Diversas coisas acontecem durante esse processo. Primeiramente, a construtora quando cria um script generativo para o processo de montagem, cria um memorial das expertises sobre a melhor forma de executar o processo de construção. Esta informação poderá ser reutilizada e estará disponível para todas as pessoas na equipe de projetos.

Segundo, ao invés de apenas confiar nos julgamentos do script para tomar as melhores decisões sobre como utilizar o guindaste com os painéis e como será feito a recarga pelos caminhões, a equipe de construção poderá experimentar diversos cenários para otimizar o processo construtivo. Cada experimento, utilizando o modelo 3D da construção e o processo generativo, possui o custo zero.

A equipe poderá experimentar centenas de opções para encontrar a melhor alternativa. Na verdade, o algoritmo generativo pode gerar as simulações e mensurá-las para encontrar a melhor solução a partir dos parâmetros dos scripts.

Traduzido e adaptado do artigo: Generative Design in Architecture and Construction Will Pave the Way to Productivity

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